DIÁRIO
Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009
A posição dos Cristãos no debate político
O Pe. Manuel Morujão esclareceu ontem que a Igreja não está contra ninguém mas que se mantém firme nos seus princípios. Foi bom este esclarecimento para evitar que pessoas como eu entrassem em exaltações anti-socialistas. Mas aparte estes pequenos excessos, a questão fundamental mantém-se. Devem os cristãos, enquanto membros da Igreja, votar de acordo com os seus princípios? E deve a Igreja dar indicações de voto e manifestar-se sobre questões políticas?
Na resposta à segunda questão, os comentadores encartados já vieram dizer que não, a Igreja não deve indicar partidos e não deve interferir em questões politicas. Uns defendem este "apagamento" da Igreja porque lhes convém, como foi o caso do porta-voz do PS, outros porque continuam com os mesmos preconceitos anti-clericais que herdámos do Marquês de Pombal e da 1ª república (veja-se o texto de Teresa de Sousa no Público de hoje).
A meu ver, a resposta às duas questões só pode ser afirmativa. Os cristãos devem votar de acordo com os princípios da Igreja. Isto pressupõe que conhecem os ditos princípios e que concordam com eles, por isso são cristãos. A Igreja, enquanto "corpo" que une a comunidade católica, manifesta-se diariamente sobre questões políticas. Não será porque existe um tema que divide opiniões que a Igreja deverá ficar calada. Ao manifestar-se sobre questões políticas, a Igreja está a dar indicações de voto aos seus membros. Não diz para votarem no partido A ou no B, mas diz para votarem nos partidos que defendem as posições da Igreja. É legítimo e é suficiente, por muito que não agrade a alguns sectores.
Negar a palavra aos cristão é anti-democrático. Mas é isso que doutas personagens pretendem fazer.
Publicada por Ricardo Pinheiro Alves em 8:23
Etiquetas: Igreja, política
(retirado do Blog O inimputável)
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Considero muito boa ideia que o blog do sector de évora, das ENS, publique estes artigos de reflexão sobre as temáticas que envolvem a igreja e a sociedade.
ResponderEliminarUm abraço.
José Rafael